Pressurizadores de água

Variação de pressão e temperatura durante o banho: por que isso acontece?

Se você já tomou um banho em que a água ficou fria ou a pressão da água diminuiu, saiba que não está sozinho — esse é um problema comum em muitas residências, hotéis e até academias. Mas por que isso acontece?

Para iniciar este complexo tema é importante ter em mente que o problema pode ser causado por várias razões de forma individualizada ou em conjunto, iremos abordar três pontos: pressurização, aquecimento e instalação hidráulica.

Continue a leitura e confira!

Pressurizadores: o tipo e o dimensionamento fazem diferença

Quando se trata de estabilidade de pressão e temperatura no banho, o tipo de pressurizador instalado faz toda a diferença.

Abaixo explicamos a diferença entre dois modelos muito comuns: os pressurizadores com pressostato simples e os com inversor de frequência (Inverter).

Pressurizadores com pressostato (controle liga/desliga)

Este é o modelo mais básico de pressurização, encontrado com frequência em residências. Seu funcionamento é simples: liga quando a pressão cai abaixo de um ponto e desliga quando atinge o limite superior. Como ele interfere no banho:

  • Não há controle da pressão em tempo real.
  • A pressão varia conforme a vazão consumida.
  • Com pouca vazão (um chuveiro ligado), a pressão tende a subir demais.
  • Com maior vazão (vários pontos abertos), a pressão cai — o que pode causar redução na temperatura, especialmente se houver aquecedores de passagem no sistema.

Pressurizadores com inversor de frequência (controle inteligente)

Já os modelos com inversor de frequência representam uma solução moderna e eficiente, especialmente recomendada para usos coletivos e de alta demanda — como em hotéis, academias, hospitais e condomínios. Como funcionam:

  • O sistema monitora a pressão da rede em tempo real.
  • Regula a rotação do motor conforme a demanda de água.
  • Entrega exatamente a pressão necessária, mesmo com variações de consumo (ligar/desligar chuveiros, torneiras etc.).

O resultado é uma pressão estável e contínua, sem picos ou quedas abruptas — o que garante também uma temperatura constante, já que os aquecedores recebem uma alimentação hidráulica mais equilibrada.

Importante: Para um desempenho ideal, esses sistemas devem ser dimensionados por engenheiros ou especialistas, considerando a vazão necessária, o tipo de aquecimento e o perfil de uso do local.

Além disso, um pressurizador mal dimensionado, pode acarretar desconforto, principalmente se tiver dimensionado com uma vazão inferior à necessária, por exemplo, um equipamento para atender a vazão de dois chuveiros, mas sendo usado com três ou mais, isso pode gerar oscilações perceptíveis, quando ocorrer simultaneidade.

Solução ideal: Para residências com alta demanda ou uso coletivo (hotéis, hospitais, academias), o mais indicado é usar pressurizadores com inversor de frequência, que ajustam a pressão automaticamente conforme o consumo. Esses modelos mantêm a pressão estável, mesmo com variações na vazão.

Aquecedores: entenda o impacto da vazão e da pressão

O segredo dos aquecedores está na vazão e o quanto ele perde de pressão em relação à água fria.

Os modelos de aquecedores compactos, conhecidos como de passagem, mesmo aqueles eletrônicos, sofrem com a perda de pressão durante a passagem da água e aquecimento.

Isso ocorre porque a água passa por trocadores de calor internos que restringem o fluxo, serpentinas, fazendo com que a pressão da água quente na saída seja menor que a da fria na entrada.

Além disso, esses modelos têm limitação de vazão (ex: 20, 26, 30 L/min), o que pode gerar quedas de temperatura e instabilidade quando vários pontos de água são usados ao mesmo tempo, especialmente se as duchas de água forem de alta vazão do tipo “panelão”.

Apesar de os modelos eletrônicos ajudarem a manter a temperatura mais estável, a perda de carga ainda existe, principalmente em locais com alta demanda.

Para empreendimentos com grande consumo de água, como hotéis, academias e hospitais, a melhor alternativa são os aquecedores por acumulação (boilers). Eles:

  • Têm menor perda de carga;
  • Suportam maior vazão simultânea;
  • Oferecem mais estabilidade de pressão e temperatura.

O resultado é mais conforto e eficiência em ambientes que exigem desempenho contínuo e confiável.

Instalações hidráulicas: um fator muitas vezes subestimado

Oscilações de pressão e temperatura muitas vezes estão ligadas à forma como a instalação hidráulica foi projetada e/ou executada e aos metais utilizados.

Tubulações mal dimensionadas ou com diâmetros inadequados podem causar perda de pressão quando há mais de um ponto em uso.

Além disso, misturadores, duchas e monocomandos podem favorecer a passagem desigual de água quente ou fria, comprometendo o equilíbrio térmico.

Outro fator comum é o retorno de água entre as linhas quente e fria, especialmente quando os registros permanecem abertos, como em duchas higiênicas com o gatilho fechado. Isso desestabiliza o sistema e afeta o desempenho de aquecedores.

Para evitar esses problemas, é essencial ter um projeto hidráulico bem dimensionado, utilizar metais compatíveis com o sistema e adotar boas práticas de instalação e uso.

Em resumo, reforçamos que a estabilidade do banho não depende só do aquecedor. É o conjunto entre instalação hidráulica, pressurização e aquecimento que determina o conforto no uso.

Se você está construindo ou reformando, procure orientação especializada. Projetistas hidráulicos ou empresas com experiência no setor podem garantir uma solução adequada para sua necessidade — evitando surpresas desagradáveis na hora do banho.

Para saber mais consulte nosso time de especialistas.

Imagens: (divulgação)

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